domingo, 23 de março de 2008

Coelhinho da Páscoa

Na sexta fui buscar o Lucas na escola --coisa infelizmente rara em nossa rotina, mas que adoro-- e encontro ele na classe sentado junto à turminha na última atividade do dia.

Quando me viu, seus olhinhos brilharam de alegria e com um sorriso gostoso correu ao meu encontro para me dar o abraço mais gostoso e recompensador que uma mãe pode receber, após deixar o trabalho mais cedo para encontrá-lo.

Ao se despedir da professora, ganhou uma cestinha e uma cenourinha para preparar a nossa casa para a visita do coelhinho no domingo de Páscoa.

Ao entrar no carro, naquele final de tarde extremamente chuvoso, logo soltou sua primeira tirada da noite, que vale aqui o registro:

-"mamãe, estou com muita pena do coelhinho da páscoa."

- "ah é, filho. Porque?"

- "olha essa chuva, tadinho do coelhinho com tantas crianças no mundo ele vai ficar com o pelinho muito molhado até deixar os ovinhos em todas as casas."

- "ainda bem que o coelhinho é um bichinho muito rápido, né filhão."

-"é só que a chuva é mais rápida ainda... mas mãe, se ele molhar a nossa casa você promete não brigar com ele? Ele não tem culpa dessa chuva e não pode deixar nenhuma criança triste só porque tá chovendo, né manhêê".

- "É Lú... então vamos torcer pra domingo não chover".

Como tudo seria tão mais bonito se as pessoas permanecem com a pureza e fantasia da infância durante toda a vida.

sábado, 15 de março de 2008

Primeira palavrinha

Há dias que os sons emitidos pelo Gabriel estão mais claros e algumas sílabas bem perceptíveis, mas essa semana o mocinho me surpreendeu ao revelar a tão esperada primeira palavrinha.

De manhã, ao chamá-lo para tomar banho e interrompendo a sua brincadeira matinal com o irmão, escutei claramente um "naão".

Admito que não era essa a primeira palavra que imaginava escutar, mas observando sua vontade própria e gênio forte, logo percebi que não teria outra estréia que revelasse tão bem a sua personalidade.

Parabéns, filho. É assim que eu gosto.

terça-feira, 11 de março de 2008

Quem me criou?

Normalmente os melhores papos com o Lucas acontecem no carro, mas hoje ele conseguiu me surpreender logo ao acordar, para ser mais precisa, exatamente às 6h20 da manhã.

-"Manhêê, quem me criou foi meu pai, não foi?"

Eu ainda meia sonolenta, perguntei: -"Como assim quem te criou, filho?"

-"É que como eu sou homem e ele também, foi ele que me criou, né."

Sem entender ao certo o que ele queria dizer, respondi: - "Não, filho. Eu ajudei, você é parte da mamãe também."

E foi nessa hora que o papo tomou um rumo, digamos pelo menos, interessante.

-"Mãe, mas vocês usaram óculos?"

- "Óculos?" Foi a única coisa que consegui pronunciar.

- "É óculos... e vocês estavam em um escritório quando me criaram?

Ainda confusa e controlando muito a vontade de rir, falei: -"Não filho. Não fizemos você em um escritório."

- "Ahh é, mamããee. E onde foi então?"

- "Onde foi...humm... a mamãe e o papai namorou bastante até você nascer, filho." E foi essa resposta, que sinceramente não sei se é correta ou não que me veio a mente. No mesmo instante fechei os olhos e ansiosa aguardei o desfecho da nossa conversa matinal, que para minha surpresa simplesmente foi: - "Ahh, tá... e você quer brincar um pouco comigo antes de eu ir pra escola?"

Bem, por hora, acho que consegui satisfazer a sua curiosidade...mas sei que meu dia de explicar como se faz um bebê vai chegar, e acho bom eu já ir treinando o meu discurso.

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